Aventuras e Desventuras no Pará: Algodoal, Belém e Barcarena - 1ª parte


Mais um sonho realizado: Ilha do Algodoal, no Pará!
Imaginem só o que é vc passar o ano inteiro se programando pra conhecer a Chapada Diamantina e quase no último instante mudar tudo!?
É, em julho abri uma exceçãozinha e fui pra Bahia com a filhota e as tias, então eu tava devendo fazer uma viagem com minha irmã, afinal, já ia completar 18 anos que fizemos uma viagem juntas assim pra longe, só nós duas!
Mas minha irmã está fazendo um tratamento na coluna e não pode encarar longas caminhadas, subidas e descidas, ou seja, um passeio à Chapada Diamantina estava totalmente fora de cogitação, mas de repente uma prainha podia rolar... Então na hora lembrei desse lugar que vive no meu imaginário há anos! Algodoal...
Algodoal, a Ilha de Maiandeua, no litoral do Pará! E é claro que nem precisei me esforçar pra convencer a Nanny, foi só mostrar umas fotos do lugar que ela topou na hora!


Local resolvido, um belo dia estou fuçando na internet e encontro uma promoção num site de vendas coletivas, adivinha pra onde? Eureka!!! Dois dias para duas pessoas por R$ 99,00. Beleza, tínhamos uma semana pra ficar viajando, compramos logo quatro dias, e nos outros três uma voltinha em Belém e um pulinho em Barcarena pra rever uns amigos!
Só faltava a parte aérea, e ficamos em cima até encontrar um preço legal pra ida e volta, depois de muita insistência conseguimos por R$ 516,00 por pessoa (ida e volta), mais taxas de embarque, saindo de Campinas. Tudo perfeito, foi só aguardar o tão sonhado dia!
E quanto mais perto chegava esse dia, mais ansiosas ficávamos, começamos a comer como loucas e até a perder o sono, parecendo marinheiras de primeira viagem. Fui pegando informações com amigos e conhecidos que já estiveram lá pra não ter erro.
Chegou!!! Levantamos de madrugada pra aproveitar uma carona com o Marcos, já que ele está trabalhando em Paulínia, ali do ladinho de Campinas. Passamos o dia passeando na linda Paulínia, a Nanny encontrou uma sorveteria com produtos típicos do cerrado, uma delícia, nos empanturramos de sorvete e à noite o Marcos nos levou ao aeroporto de Viracopos.
Despachamos a bagagem, nos despedimos do Marcos e ficamos esperando o vôo que atrasou por causa do mal tempo. Mas no fim deu tudo certo. Embarcamos, descansamos um pouco durante o vôo e chegamos por volta das 02h30 da madrugada em Belém. Fizemos uma horinha, fomos tomar um café (açaí e um folhado de queijo) e o atendente da lanchonete nos informou que a partir das 05h00 começavam a passar ônibus para a rodoviária, mas estava tão escuro, tão deserto que optamos por rachar um taxi. Ficou R$ 15,00 pra cada uma.





Chegando na rodoviária fomos direto ao guichê, mas estava fechado, enquanto isso ficamos conversando com a Marina, que veio de Goiania pra conhecer as maravilhas do Pará. Ela estava hospedada na casa de amigos em Belém, mas naquele dia resolveu dar uma fugida e conhecer Algodoal também. Assim que o guichê abriu, pouco antes das 06h00, compramos as passagens, por R$ 21,00 cada, e subimos no ônibus. Ah, o ônibus, aquele ônibus... pensa num ônibus velho, sujo e fedido! Uhuuuuu, isso aí! Tudo isso faz parte da vida do mochileiro! Na metade do caminho já tínhamos nos acostumado e nem sentíamos mais o cheiro, hauhauahuahauahauaha. Só felicidade!
Mas o lugar é longe! Deu tempo de dormir, acordar, dormir de novo, acordar, tirar fotos, dormir, acordar e ainda tava longe! Tão pitoresca a paisagem... aquelas casinhas de pau-a-pique, aquelas comunidades tão pequenininhas na beira da estrada, que é margeada pela floresta. Tudo lindo de se ver! 
Passamos por várias cidades até chegar em Marudá, onde embarcamos para a Ilha do Algodoal, fomos num popopô, e pagamos R$ 7,00 por pessoa, uns 40 minutos naquele mar agitado, barrento, mais parecendo um rio por causa de sua cor. Tomamos alguns banhos com aquelas ondas... Tá, eu confesso que tomei um Plasil junto com a Marina, com medo de enjoar (eu sempre fiquei mareada na água), me deu um sono, mas uma onda me pegou em cheio e acordei na hora! Achei até que pegaríamos chuva, porque ventava demais, mas chegando lá percebi que o vento (que tinham me dito que era um ventinho leve) é bem forte e constante! Característica do lugar! A gente se acostuma...








Fomos chegando e vendo aquela areia alvinha, sendo soprada pelo vento... Descemos no pequeno cais e logo um rapaz se ofereceu pra carregar a bagagem da Nanny, fomos a pé mesmo porque a pousada era perto, mas o meio de locomoção típico da ilha é a charrete, já que lá não existem carros nem motos, um ar tão bom de se respirar... A Vila do Algodoal é a principal, que concentra o maior número de pousadas e restaurantes.
Fizemos nosso check in, a Marina se hospedou na mesma pousada, e partimos atrás de uma charrete, já que a Nanny não podia andar até a praia mais famosa da ilha, a Praia da Princesa. O caminho até a praia em si já é um espetáculo... passando por aquelas praias de areia branquinha, cortando furos, desviando das pedras, até chegar a uma das praias mais lindas que já vi: a areia tão branca que faz jus ao nome da ilha, branca como algodão, longa, e com alguns restaurantes, quase todos fechados por estar fora de temporada, ah, outro detalhe, éramos praticamente as únicas turistas na ilha, e isso foi ótimo também. Ficamos no Areia Branca, pedimos caranguejo toc-toc, camarão, arroz, feijão e farofa, mas é difícil comer farofa ali, com aquele vento!












Nem entramos na praia, só molhamos os pés, o vento estava gelado, no Pará, dá pra acreditar? Depois de comer voltamos à pousada, a Marina levou mais caranguejos pra comer na pousada, e como comeu!!! À noite fomos conhecer a Vila em si, fomos na praça, tomamos um sorvete de frutas típicas no Bigú, e fomos procurar um restaurante de um tal de Pierre, um francês, andamos, andamos, brincadeira, lá tudo é perto, a ilha é pequena, achamos um restaurante de um francês, mas logo descobrimos que não era o Pierre, era sim um cara sisudo, estranho, e que não foi com a cara da Marina. Na hora de servir ele colocou os meus talheres e os da Nanny à nossa esquerda, os da Marina ele fez questão de colocar à direita, em cima da necessarie dela; isso não é provocação?! Rimos muito depois, porque o francês tinha uma cara de louco, e um punhal todo trabalhado e ameaçador em cima da mesa! O prato de espagueti ao queijo custava R$ 12,00, mas como tenho que ser sincera, o que eu faço fica mais gostoso!








Na manhã seguinte combinamos de ir ao Lago da Princesa, mas a Marina passou mal com tanto caranguejo que comeu e acabou desistindo, resolveu voltar logo pra Belém. Fomos só eu e minha irmã, mas não encontrávamos um charreteiro pra nos levar, e um deles nos disse que nem compensava pois o lago estava seco. Então fomos andar pela ilha, encontramos um macaquinho sauim lindinho, ele virou de costas para o acariciarmos, mas ele não gostou da Nanny e tentou mordê-la, já eu me saí melhor e ele gostou de mim, e ficou me seguindo, mas quando resolvi ir embora foi engraçado, ele ficou em pé e começou a gritar, penso que estava me xingando. Ainda bem que não entendo macaquês, senão creio que ficaria de cabelo em pé!
Ao lado da casa onde estava o macaquinho encontramos o seu Manoel, charreteiro, que aceitou nos levar ao lago, não saiu barato, até tentamos levar mais gente pra dividir o passeio, mas não encontramos ninguém disposto, pagamos R$ 50,00 ida e volta. O mesmo caminho para a Praia da Princesa, depois subimos por umas dunas e seguimos até o lago. Realmente estava raso. O que? Reclamando eu? De modo algum! Achei perfeito, porque raso assim eu não tive problema pra entrar, afinal de contas eu ainda não sei nadar!!!
Ele entrou primeiro e disse que a água estava gelada. Depois foi minha irmã e começou a rir porque o gelado deles é morno pra gente! Entrei por último. Ficamos ali curtindo aquela água morninha, cor de coca-cola, tiramos fotos, comemos ajirú, frutinha típica dali e depois voltamos pra pousada, deixando já combinado um passeio com um conhecido do seu Manoel, iríamos no dia seguinte à Vila de Fortalezinha, do outro lado da ilha. Estávamos ansiosas com o passeio, passear de rabeta (canoa com motorzinho na popa) pelo Furo Velho e conhecer o outro lado da ilha!










































À tarde encontramos o maluquinho que tinha levado a bagagem da Nanny, e ele nos convenceu a pagar um passeio de canoa até as Pedras Choronas, por falta de informação achamos que fosse longe e algo muito diferente, topamos! Fomos com ele e o canoeiro até as pedras, que ficam entre as dunas e um manguezal, e as pedras vertem água cosntantemente. Ali conhecemos o Neguinho, que faz um lindo artesanato com miriti, conversamos bastante com ele, depois ele seguiu seu caminho, procurando pedrinhas e outras coisinhas que pudesse usar em suas obras de arte.
Na volta o maluquinho se desencontrou do canoeiro, e tivemos que andar muito até encontrá-lo de novo, e quando isso aconteceu a canoa já estava cheia, com um pessoal que encontramos no caminho, vindo da Vila de Camboinha. Embarcamos, e eu mais uma vez não passei mal! Uau, me acostumando com o balanço do mar! E descobri que eu não era a única ali que não sabia nadar, alguns dos ilhéus estavam literalmente no mesmo barco que eu! Se afundasse já era!!! Mas era perto.






























Voltamos, fomos pra piscina, depois um banho (atente para o detalhe de que lá não existe chuveiro elétrico, o banho é frio, no começo eu sofri!) e à noite fomos andar pela ilha, dar uma volta na praça, tomar o maravilhoso sorvete de pavê de cupu, e comer um lanche. Nisso a Nanny se deu conta do sumiço da sua câmera, ou ela deixou no bar ou no restaurante da pousada, e tivemos que esperar pelo dia seguinte pra procurar.


















































Nem dormimos direito, sonhando com a câmera, mas na hora do café descobrimos que realmente a Nanny tinha deixado ali no restaurante. E o cara que ia nos levar pra Fortalezinha tomou um chá de sumiço, então resolvemos ir pra Praia da Princesa novamente, mas fomos andando. Tadinha da Nanny, com aquela perna doendo... lá encontramos duas famílias que estavam na pousada, passamos algumas horas ali, almoçamos e na volta uma das famílias mandou as filhas voltarem com a  gente. Pagamos R$ 10,00 pela charrete. Ficamos brincando com as crianças na piscina até os pais voltarem.
Quando voltaram nos convidaram a ir embora um dia antes pra pegar uma carona com eles, mas achamos melhor não, eles tinham uma cara meio estranha...










Aí a dona da pousada arrumou o passeio pra Fortalezinha com o Fábio, que sempre leva os turistas pra lá. À noite fomos comer um x-ovo, depois sorvete no Bigu e Nena, tinha uma velhinha doida lá, choramos de rir com ela, aí passou a Roze, que vende tacacá nos finais de semana, já fizemos amizade e marcamos o tacacá pro dia seguinte. O pessoal da ilha é muito legal mesmo!






Comentários

  1. Que show de passeio Lelah! Gostei muito das duas partes...Nossa, aquela foto dos camarões e caranguejos está de matar! Oh inveja meu Deus!!!
    Grande abraço.

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    1. Que bom que vc gostou, e vou te contar: aqueles caranguejos e aqueles camarões estavam mesmo uma delícia! Oh, saudade!!!
      Um abraço!

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  2. Lelah, que delícia de viagem... Tenho sonho de conhecer Alter do Chão, no Pará, agora com certeza incluirei a ilha do algodão qdo for para essas bandas! Adorei seu relato!

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    1. Então aproveita e vá mesmo, Glaucia, vc vai amar, aquele lugar é lindo demais!!! Não deixe de conhecer a Fortalezinha, só procure procurar um guia responsável pra não te deixar na mão. Fui e recomendo!!!
      Bjs!

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